Welcome!

"Quando as palavras se tornam obscuras, eu focalizarei com fotografias. Quando as imagens se tornam inadequadas, eu serei satisfeito com o silêncio." by Ansel Adams

Gallery

sábado, 12 de dezembro de 2009

Em busca da perfeição

     Ansel Adams foi um fotógrafo eminentemente técnico.
Suas fotografias são todas produzidas com esmero, dotado de um cuidado extremo com os detalhes mais ínfimos, nenhum elemento parece poder escapar do controlo. Esse controlo começa no conhecimento detalhado das possibilidades de uso da câmara, e quanto menos automática ela for, quanto mais controlos manuais ela possuir melhor para o fotógrafo, pois assim será capaz de realizar o controlo criativo da imagem. Daí a preferência de Ansel Adams por máquinas de grande formato, sendo suas fotos de 35 mm poucas e não tão famosas.


     Mas devemos lembrar que a câmara é apenas uma parte do processo fotográfico que Ansel dividiu e detalhou com rigor na sua série de três livros: A Câmara, O Negativo, A Cópia. Nesta série de livros, Ansel mostrou o seu rigor técnico na produção fotográfica. Processo esse que começa com a escolha da máquina correcta, com seus ajustes precisos em função daquilo que o fotográfico visualizou, aprender a operar o equipamento de forma que ele reproduza no negativo aquilo que o fotógrafo apreendeu na visualização, não necessariamente uma representação fiel da realidade.


     Todo esse processo passa por um controle preciso das variáveis, às vezes Ansel parece ser muito mais um cientista do que um artista, quando discute os tempos de exposição, o uso dos químicos, a sensibilidade do fotógrafo em produzir os contrastes e tons ideais na cópia.


     Os meios técnicos assim, não são parte essencial da fotografia, ela não é somente técnica. Se as nossas exigências estiverem acima da média temos que ultrapassar os limites, fazermos experimentações e verificarmos quais são os procedimentos que irão se adequar às nossas exigências criativas e estéticas.


     A fotografia enquanto arte e por isso, expressão da criatividade, não é um mero processo de input e output. Amadores que tiram retratos com máquinas automáticas, ou quando produzem uma imagem digital, dificilmente estarão produzindo arte, no máximo brincam com um aparelho e tornam-se escravos do olhar da máquina, vêem apenas aquilo que a máquina vê, acreditam nas especificações dos fabricantes, a criatividade está ofuscada pela automaticidade do aparelho. Produzem imagens, mas não as compreendem enquanto processo completo, mas enquanto acto automático, até neurótico de apertar o botão.


     Tanto o fotógrafo profissional quanto o amador podem produzir imagens maravilhosas, a diferença é que um agiu de modo criativo, o outro agiu e viu o mundo por um aparelho, sua acção criativa está anulada pela máquina, que deveria estar a serviço do homem.


     Ansel parece possuir um olhar “duro”, “ríspido”, uma sensibilidade deturpada pela ânsia da perfeição. Mas isso não tira o seu mérito enquanto grande fotógrafo do século XX, ele conseguiu definir para si um estilo muito claro e se preocupou em ensinar boa parte dos procedimentos que aprendeu ou descobriu.


     Ansel deve ser considerado um exemplo de dedicação.

Sem comentários:

Enviar um comentário