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"Quando as palavras se tornam obscuras, eu focalizarei com fotografias. Quando as imagens se tornam inadequadas, eu serei satisfeito com o silêncio." by Ansel Adams

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sábado, 12 de dezembro de 2009

A história de um artista


     Ansel Adams, é um mestre na história fotográfica dos Estados Unidos da América e do resto do Mundo.
Nasce em São Francisco a 20 de Fevereiro de 1902 e falece em Carmel-by-the-Sea a 22 de Abril de 1984.


     Aos doze anos mostra um grande talento musical, aprendendo sozinho a tocar piano. No entanto obteve muito mais reconhecimento como fotógrafo do que como pianista.


     Em 1916 realiza fotografias no Parque Nacional de Yosemite, numa viagem com a família, usando uma Kodak Nº 1 Box Brownie que ganhou de presente dos pais. Ansel voltaria todos os anos para lá até o final de sua vida.


     O ano de 1926 foi importante na carreira de Ansel. Ele tirou uma fotografia no parque Yosemite, conhecida como Monolith, a Face of Half Dome, na sua primeira grande viagem.
Essa imagem constitui uma espécie de marco inicial da transição de Ansel de músico para fotógrafo e do reconhecimento do seu trabalho fotográfico.


     O ano de 1932 também é muito importante para Ansel Adams e para a história da fotografia. Indo em busca de um retrato enquanto arte pura, na qual enfatizavam imagens nítidas, máxima profundidade de campo, papéis fotográficos com baixo brilho, concentrando-se unicamente nas qualidades do processo fotográfico, um grupo de fotógrafos funda o Grupo f/64.
Em busca da perfeição

     Ansel Adams foi um fotógrafo eminentemente técnico.
Suas fotografias são todas produzidas com esmero, dotado de um cuidado extremo com os detalhes mais ínfimos, nenhum elemento parece poder escapar do controlo. Esse controlo começa no conhecimento detalhado das possibilidades de uso da câmara, e quanto menos automática ela for, quanto mais controlos manuais ela possuir melhor para o fotógrafo, pois assim será capaz de realizar o controlo criativo da imagem. Daí a preferência de Ansel Adams por máquinas de grande formato, sendo suas fotos de 35 mm poucas e não tão famosas.


     Mas devemos lembrar que a câmara é apenas uma parte do processo fotográfico que Ansel dividiu e detalhou com rigor na sua série de três livros: A Câmara, O Negativo, A Cópia. Nesta série de livros, Ansel mostrou o seu rigor técnico na produção fotográfica. Processo esse que começa com a escolha da máquina correcta, com seus ajustes precisos em função daquilo que o fotográfico visualizou, aprender a operar o equipamento de forma que ele reproduza no negativo aquilo que o fotógrafo apreendeu na visualização, não necessariamente uma representação fiel da realidade.


     Todo esse processo passa por um controle preciso das variáveis, às vezes Ansel parece ser muito mais um cientista do que um artista, quando discute os tempos de exposição, o uso dos químicos, a sensibilidade do fotógrafo em produzir os contrastes e tons ideais na cópia.


     Os meios técnicos assim, não são parte essencial da fotografia, ela não é somente técnica. Se as nossas exigências estiverem acima da média temos que ultrapassar os limites, fazermos experimentações e verificarmos quais são os procedimentos que irão se adequar às nossas exigências criativas e estéticas.


     A fotografia enquanto arte e por isso, expressão da criatividade, não é um mero processo de input e output. Amadores que tiram retratos com máquinas automáticas, ou quando produzem uma imagem digital, dificilmente estarão produzindo arte, no máximo brincam com um aparelho e tornam-se escravos do olhar da máquina, vêem apenas aquilo que a máquina vê, acreditam nas especificações dos fabricantes, a criatividade está ofuscada pela automaticidade do aparelho. Produzem imagens, mas não as compreendem enquanto processo completo, mas enquanto acto automático, até neurótico de apertar o botão.


     Tanto o fotógrafo profissional quanto o amador podem produzir imagens maravilhosas, a diferença é que um agiu de modo criativo, o outro agiu e viu o mundo por um aparelho, sua acção criativa está anulada pela máquina, que deveria estar a serviço do homem.


     Ansel parece possuir um olhar “duro”, “ríspido”, uma sensibilidade deturpada pela ânsia da perfeição. Mas isso não tira o seu mérito enquanto grande fotógrafo do século XX, ele conseguiu definir para si um estilo muito claro e se preocupou em ensinar boa parte dos procedimentos que aprendeu ou descobriu.


     Ansel deve ser considerado um exemplo de dedicação.
Fotografias Notaveis
  • Monolith, The Face of Half Dome, 1927.
  • Rose and Driftwood, 1932.
  • Yosemite Valley, Clearing Winter Storm, 1937 or earlier, probably 1935.
  • Moonrise, Hernandez, New Mexico, 1941.
  • Ice on Ellery Lake, Sierra Nevada, 1941.
  • Winter Sunrise, Sierra Nevada from Lone Pine, 1944.
  • Georgia O'Keeffe and Orville Cox at Canyon de Chelly, 1937.
  • Aspens, New Mexico, 1958.


A magia de um simples “click”

     Ansel Adams é como um actor, ele igualmente representa, mas o seu palco vai para além do que os nossos olhos alguma vez irão alcançar.
     É extremamente bela a forma como ele retrata um simples momento e o transforma em algo excepcional, numa imagem capaz de intimidar até a própria natureza. A sua visão do mundo, a perspectiva que nos transmite e a maneira que encontra para dizer aquilo que pensa são claramente as melhores qualidades deste amante da fotografia.


     As suas imagens são puros actos de loucura, mas de uma loucura incrivelmente expressiva. A nitidez dos pormenores que elas exibem é ridícula para não falar da suavidade dos movimentos e das formas. É como se aquele instante, aquele exacto segundo ganhasse vida e nos conta-se um romance perfeito.

     A presença da interacção do homem com o natural é indiscutível. Ansel e Máquina tornam-se um só corpo, respiram pelos mesmos pulmões, conversam com a mesma voz, a voz da Arte. Um novo ser nasce dessa união desmedida e é ele que produz a mais bela das melodias, a vida. Todas as suas fotos são como pequenos pedaços de um espelho que juntos nos ajudam a reencontrar-nos e a perceber o mistério do óbvio. A longevidade das vistas que invadem as suas imagens paisagísticas fazem-nos perder numa infinidade de sentimentos e nos despertam, como se de um sonho se tratasse. A desorganização natural das coisas leva-nos a valorizar os defeitos e a aprender a viver com os mesmos, num mundo em que a perfeição nunca será alcançada.


     Ansel Adams é um poeta que escreve com uma câmara e declama através de uma imagem. As formas curvadas que os elementos das suas fotografias ganham são ricas em padrões, luzes, sombras e texturas. Uma mistura de sensações visuais que se convertem apenas numa palavra, Inocência.

     A grandeza frágil que ele procura, retrata todas as suas imagens de uma forma subtil e convincente. A magnificência é outra característica imprescindível. Ansel mostra a realidade, mas não uma qualquer, a sua própria realidade. A velhice e a frieza também aparecem nas suas fotografias escondidas nos tons de preto e branco e nas altas montanhas que tanto fotografou. Foi uma pessoa muito dedicado a observação da natureza e das suas belezas e por isso conseguiu marcar todos aqueles que viram o seu trabalho.
     Ansel Adams foi muito mais do que um homem com uma câmara, foi um homem que captou toda a natureza e a deixou de presente.